quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

será que vai proceder assim?

um dia desses você vai ficar lembrando de nós dois
e não vai acender a luz do quarto quando o sol se for
bem abraçada no lençol da cama vai chorar por nós
pensando no escuro ter ouvido o som da minha voz
vai acariciar seu próprio corpo, e na imaginação
fazer de conta que a sua agora é a minha mão
mas eu não vou saber de nada do que você vai sentir
sozinha no seu quarto de dormir

no cine-pensamento eu também tento reconstituir
as coisas que um dia você disse pra me seduzir
enquanto na janela espero a chuva que não quer cair
o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir
e o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si
até toda memória dessa nossa estória se extinguir
e você nunca vai saber de nada do que eu senti
sozinho no meu quarto de dormir

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse assim perturbar os cantos de meus lábios.
(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

nem precisa ser madrugada

te desejo toda sorte e que você seja feliz
mas cansei de te esperar
agora a fila tem que andar
você quem quis

quantas vezes eu me perguntei: onde você tá agora?
e frases de efeito eu decorei pra quando fosse a hora

é assim
e ninguém pode te culpar
nem me culpar também

tô tranqüila, mente sã
chego em casa todo dia de manhã

vejo a sorte no futuro, não o fim do mundo
nada é pra sempre e muito menos por acaso
se nem sempre o planejado sai como esperado
é só uma chance pra enxergar o outro lado

domingo, 19 de dezembro de 2010

am I ordinary? (we can change it)

te conheci no segundo ano. te conheci antes de gostar de ti. percebi o guri angustiado por trás de várias atitudes. conheci a mãe, o irmão e o pai. entendi muita coisa. tua vida é de cabeça pra baixo. não culpo você, na verdade tu não é nada além de uma vítima. não é tua culpa se teus pais são grossos, despreocupados, desatentos. coloco em dúvida a posição deles contigo. o sentimento entre nós despertou no final do terceiro ano. já tinha reclamado bastante de ti, mas nunca acreditei no que os outros pensavam. queria que você fosse mais maduro para poder enxergar essa guria aqui. tu sabe que eu sou diferente, cede a isso, mas depois volta ao estado "normal". por que tu não é querido 24 horas? mudanças de comportamento irritam. no teu caso, eu sei que elas não te fazem bem. tu também sabe disso. as pessoas que dizem gostar de ti são, na verdade, modelos do tipo obcecado que ainda não encontraram a saída para algum sentimento (infelizmente). elas te arrasam, confundem tudo e te afastam de quem gosta mesmo de ti. não é amor e não é obsessão, é gostar de ti. mas essas pessoas, uma em especial, não sabe como sair de uma situação a qual ela está acostumada, então, transforma o possível em inferno. ninguém merece: nem ela, nem eu, muito menos você. pena é um sentimento dificíl. mas tu precisa fazer uma escolha. agora, antes que seja tarde demais. pra ti, não pra mim. curiosamente, estou bem. gostaria que a situação que nos envolve fosse diferente, até posso chorar por isso. mas o desespero passa, as lágrimas são secadas e eu encaro a minha vida. sem drama. sem dor intensa. eu estou me surpreendendo. gostaria que tu ficasse mais perto. não preciso de beijos, mas preciso que tu me enxergue. você foi um dos primeiros que notou minha mudança positiva. quero que tu faça parte da minha vida. temos são paulo, quem sabe a califórnia ou o japão. te quero junto. por bem, porque merecemos. quero fazer parte da tua vida e torná-la menos miserável, menos ruim. tu merece. eu sei que sim. tu precisa. e eu te quero junto. só depende de ti.

want you to make me feel like i'm the only girl in the world
like i'm the only one that you'll ever love
like i'm the only one who knows your heart
like i'm the only one that's in command
'cuz i'm the only one who understands how to make you feel like a man

terça-feira, 12 de outubro de 2010

é um saco quando as pessoas brincam com os sentimentos das outras. principalmente quando eu sou uma das pessoas envolvidas.

sobre a festa de domingo:

that's sugarcane that tasted good
that's cinnamon, that's Hollywood
come on, come on, no one can see you try

you want the greatest thing
the greatest thing since bread came sliced
you've got it all, you've got it sized

this sugarcane
this lemonade
this hurricane, i'm not afraid
come on, come on, no one can see me cry

that's sugarcane that tasted good
that's who you are, that's what you could
come on, come on, no one can see you cry

segunda-feira, 26 de julho de 2010

meu avô

primeiro eram as dores de estômago, quase crônicas, mas que desapareciam no meio de outros problemas com outras partes do corpo. há uns 15 dias, quando a dor no estômago e a fraqueza voltaram com tudo, a opção foi baixar no hospital. depois de uma batelada de exames, uma biópsia confirmou: o tumor no estômago é maligno. cirurgia ou quimio estavam fora de cogitação devido à fragilidade dele. mas como a dor era muito forte faria com que ele voltasse logo para o hospital. decidiram pela operação. então, sexta-feira (23 de julho), meu avó Antônio entrou na sala de cirurgia, às seis da tarde. quando o médico abriu, literalmente, meu avô, viu que ele estava todo tomado de metástases. estômago, gânglios, pâncreas. numa cirurgia que levou mais de seis horas, todo o estômago teve de ser retirado e do pâncreas, o máximo possível. o esôfago escapou do seu lugar, e tiveram que cortar meu avô na horizontal, logo abaixo das costelas, para pinçar o esôfago e grampeá-lo com o intestino. sobraram metástases. ele foi para a UTI, com catéter, sonda na uretra, tubos de oxigênio. eu fui ver ele ontem, porque precisava fazer isso. foi bem ruim. ele não pode fazer esforço algum, mas queria tossir e cuspir. em um dos braços, sangue que escapou da agulha. no peito, o marca-passo que se sobressai, já que ele é bem magrinho. no lado esquerdo do peito, o catéter ligado a um líquido pastoso amarelo. no chão, dois galõezinhos que devem ser a alimentação dele, com uma mangeira grossa como um dedo. ele estava sonolento, mas abriu os olhos. foi horrível, porque a gente só olhava para ele e não falava nada, nem ele podia falar. ele estava com as mãos inchadas. queria dizer tanta coisa para ele. queria tirar ele dali e fazer ele feliz. espero que ele tenha ficado feliz em me ver ali. eu me sentiria bem abandonada se estivesse em uma UTI. posso jurar que vi uma lagrimazinha no canto do olho dele. quando eu saí de lá, só consegui chorar. e o telefone do meu pai está tocando. que medo. deve ser desgraça. ufa, não era. foi muito triste ver meu avô daquele jeito. por 15 dias depois da operação, caso ele sobrevivesse (o que o médico disse que seria um milagre), nós tínhamos que torcer para não acontecer uma infecção e não estourar nenhum grampo. mas hoje, ao meio-dia, veio a notícia: ele precisava ir ao bloco cirúrgico para drenar alguma coisa. falaram que era do pulmão, mas depois que foi só água "da operação". demorou, e depois induziram o coma. parece que um ponto estourou. os rins pararam. amanhã vão começar a hemodiálise. a pressão sanguínea está bem baixa. alguns falaram que o médico disse que ele não passa de hoje. que horror. é horrível ir dormir com medo das notícias que se possa ouvir de manhã. a agonia é grande e geral. não quero perder meu avó. não desse jeito. o problema é que ele está bem comprometido. caso saia da UTI e se recupere bem, ele vai levar no mínimo seis meses para voltar a comer. mas ele vai continuar com câncer e não sei como a quimioterapia (se ela fosse possível) ia deixá-lo. não quero não quero que ele morra.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

perspective

primeiro dia das minhas últimas férias no colégio. é quase triste. serão dez dias, contando com hoje (que eu ainda tive aula), para descansar e não fazer nada que envolva pensar demais. quero, antes de mais nada, dormir. meu cansaço nos últimos dias cheja a ser ridículo. depois de dormir, preciso me organizar. entre tantas coisas que eu quero fazer, não quero acabar passando os dias com a bunda nessa bela cadeira transparente em frente ao computador. provavelmente amanhã eu vou comprar um livro que deve me entreter durante todas as férias. "os diários de nick twisp" chamou a minha atenção na livraria logo na primeira vez que o vi. algumas semanas depois, eu resolvi olhar o tal livro de novo. a resenha na parte de trás nunca é a mais válida, então olhei a orelha de trás e lá estava: "meu nome é françois e eu sou foda". pluft, ligaram-se as luzinhas no meu cérebro. procurando pelo nome original da obra, eis que aparece uma maravilha: sim, era o youth in revolt. traduzido e com uma capa digna. e como eu quero algo bom e que realmente seja "cool", provavelmente vou apostar nos "diários" para as férias, mesmo com outros dez livros na espera para ler. precisaria ler as leituras obrigatórias da usp, mas não vou. devo usar minhas férias para descansar. depois, quando o cursinho engrenar e o couro começar a ser arrancado, a gente se mexe e faz o que precisa. pensando agora, nem sei o que vai ser de mim no final deste ano. se eu não passar onde eu quero, não sei como tudo vai reagir. existirão outros anos, outras tentativas, mas nada é igual. quando penso que vou parar de estudar por dez dias já rola um sentimento de culpa e de pânico. mas vou desligar minha cabeça e relaxar. cuidar direito da alimentação e acender nag champa, o que quero fazer há algum tempo. na verdade, para a parte do incenso vou precisar de um dia bom, porque sempre preciso abrir as janelas por causa do cheiro.
espero que tudo funcione como deve.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

parece que aqui não há luz, rua, imensidão suficiente para mim. e não há cor, vida que me satisfaça. preciso de um aquário maior para me desenvolver. preciso de um cenário para aparecer e de curiosos para ser vista. to become who i am.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

agora eu estou pensando: o que leva uma pessoa a ser obcecada por outra? é porque eu acho que algumas pessoas são obcecadas por mim. mas não que elas tenham motivo, e isso é o que mais me intriga. depois de uns 3 anos ou mais a pessoa continua dando passos atrás de mim. em linguagem mais fácil: me copia. mas e por quê? não é que eu seja do tipo tapada umbiguista que acredita que inventa moda (muito pelo contrário, na verdade) e que o resto do mundo simplesmente imita a mim, mas copiar nomes de blogs, por exemplo, é o cúmulo da falta de personalidade. uma pessoa cria um blog e coloca lá no www algo que traduza a pessoa, ou o blog dela ou qualquer outra coisa relacionada a ela, certo? e por que, então, uma pessoa copia o nome de um blog. me digam, contem. eu não entendo.
o contexto aqui em questão nem diz respeito a este blog, mas sim a um outro que tinha e mantive fielmente desde os meus 13, 14 anos (eu acho). acabei com ele uma vez, sem querer. quase morri, ele era o meu único meio de me expressar, de colocar os sentimentos ruins pra fora. então recriei com o mesmo nome, tudo. ele saiu do ar porque o webbloger desativou todos, deixou de existir também. na verdade eu acho que foi isso. e tudo que eu tenho hoje daquele blog são uns textos salvos aqui no computador. então, para falar direito toda a história, tem uma menina que agora criou um tumblr com o nome desse tal blog que eu tinha. coincidência? poderia ser, óbvio. mas não é. eu sei quem ela é, ela sabe quem eu sou. estudamos no mesmo colégio, em anos diferentes, somos da mesma cidade. ficamos com o mesmo guri. e aí a coisa começa a ficar pior, porque, independente de eu ser uma adolescente em crise naquele momento (ou agora) ela foi uma pessoa falsa comigo. ela se passou por minha amiga (agora é aquela parte que parece filme romântico americano, sem happy ending) e dizia que a minha personalidade era foda. então quando eu achava que ela tinha virado gente, desenvolvido alguma personalidade por estar em porto alegre, ela cria um tumblr com o título do meu blog. poderia ser parecido, mas é puramente igual, apenas sem um "k". poderia pelo menos ter usado a mesma ideia, mas colocado o nome dela, certo? mesmo que eu fosse uma pessoa coitada como ela, eu simplesmente não teria coragem de copiar pura e simplesmente algo tão pessoal de uma pessoa "próxima". tipo, como ela dorme de noite? eu me sentiria mal! é praticamente um desvio de carater da parte dela. e olha que ela estuda direito (eu acho).
na verdade isso tudo que eu escrevi pode (e é) parecer absurdamente idiota, de dor de cotovelo, infantil e moralista, mas eu não sei ser diferente disso. o que não deixa de ser bom, porque me torna diferente de pessoas como ela.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

crise adolescente

sim, sou uma adolescente. e das bem dramáticas e neuróticas. e agora eu me encontro em um infinito dilema que, na verdade, só precisará ser definitivamente resolvido daqui a um ano: sair ou não da zona de conforto que é a casa dos meus pais. você saiu? ótimo, lindo. mas isso porque você provavelmente tinha um objetivo maior - leia-se estudar o que se quer, em uma boa universidade. maaaaas, a questão toda do desespero dessa que escreve é: eu não sei o que estudar. ok, eu e 99% do mundo. mas se eu sair de casa, eu provavelmente vou ir pra SP, morar com os meus tios. e em SP eu vou encontrar muita gente que, além de ser tri inteligente, sabe o que quer fazer da vida e vai se esforçar (muito) pra conseguir. e eu ali, na terra onde eu sempre quis estar, mas provavelmente sem identidade.
diga-se a verdade: eu também não sei pensar de outro jeito. não consigo pensar que, se eu arriscar tudo, posso me dar bem. não sei ser positiva. só vejo o fim, o problema, complico tudo e me arrebento pensando em milhares de possibilidades. é que, desculpe, não consigo ser diferente.
mas voltando à crise, ainda tem o intercâmbio. praticamente certo de que fazê-lo com a faculdade é bem melhor, mas ainda me sobram dúvidas - e stress. no fundo eu escrevo para aliviar a cabeça e não para refletir tudo isso. dane-se, quero (agora) aproveitar minhas férias.




quarta-feira, 21 de outubro de 2009

fiz em 2 de janeiro

quando as pessoas me diziam que eram como quebra-cabeças eu achava clichê. mas agora eu sou uma delas. feita de pedacinhos, todos os caquinhos de coração e mente (mal) juntados, colados com algum tipo de cola feita de amor e ódio. são pedaços meus espalhados pelo mundo, até mesmo nos lugares em que eu nunca estive, mas nos quais meu coração sempre pisou. é como se a cada verdadeira emoção eu ficasse maior por fora, mais corajosa. mas ao mesmo tempo eu tive que perder muita coisa, ficando, assim, mais frágil e quebradiça por dentro. para cada pessoa com que eu troquei olhares, eu tirei uma pequena cópia de sua aparência e guardei aqui dentro. de todas as conversas que eu tive eu também guardei uma cópia trancafiada na mente, e no coração só o que valia a pena. as palavras dos meus grandes mestres eu guardei mais secretamente que muitos segredos próprios, e até as repeti para quem realmente merecia. criei saudades de pessoas distantes, desfiz laços com vizinhos.

agora eu ando assim, entre o que eu me tornei, entre o que eu perdi, entre o que eu fui. dividindo anéis com padrinhos, moletons e palavras de protesto com um velho desconhecido querido e amigo, usando os mesmos óculos que um dia um grane ídolo usou, carregando nos dedos cicatrizes de amigas, carregando no peito cicatrizes de amor. mais dor do que amor, é verdade. carrego comigo também lembranças de noites em que eu só tive a mim mesma, e de dias em que nem um ombro amigo foi consolador o suficiente. me lembro bem de cada música que me embalou e que me fez chorar. são todos esses pedaços de memórias - não muito antigas, mas já consumidas pelo tempo - que me fazem realmente ser quem sou. a camiseta que eu visto já não importa mais, principalmente se houver aquela bagunça interna. durante muito eu carreguei olheiras que ninguém mais percebeu, e isso me marcou de uma forma muito estranha. de modo que já fui marcada mesmo, não nos interessa nada além do fim.

(2 de janeiro, 2009)

PS: me sinto tão ridícula por essas coisas.

deeper

provavelmente eu nunca tive tanta coisa para falar e também nunca estive tanto tempo sem postar. bom, os tempos mudam. acho tão chato quando as pessoas dizem que mudam com o tempo e yada yada, mas no fundo é tudo tão verdade - e tão chato.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

para deixar registrado em algum lugar

- sabe do que se trata tudo isso, nick?
- do que se trata tudo isso?
- disso, nick. é disso que se trata.
- não.
- os beatles.
- o que têm os beatles?
- eles sacaram.
- sacaram o quê?
- tudo.
- como assim?
dev tira o braço e o coloca no meu, pele com pele, suor com suor, toque com toque. depois ele passa a mão na minha e entrelaça os dedos.
- isto - diz ele. - é isto que os beatles entendem.
- acho que não estou acompanhando...
- nas outras bandas é sobre sexo. ou dor. ou uma fantasia qualquer. mas os beatles, eles sabiam o que estavam fazendo. sabe por que os beatles ficaram tão importantes?
- por quê?
- i wanna hold your hand. o primeiro single. é brilhante, porra. talvez a música mais brilhante que já foi composta no mundo. porque eles sacaram. é o que todo mundo quer. não sexo quente o dia todo, sete dias por semana. nem um casamento que dure cem anos. nem um porsche, um boquete ou um barraco de um milhão de dólares. não. eles querem segurar a sua mão. eles tem um sentimento que não conseguem esconder. cada canção de amor de sucesso dos últimos cinquenta anos pode remeter a i wanna hold your hand. e cada história de amor de sucesso tem esses momentos insuportáveis e intoleráveis de mãos dadas. acredite em mim. eu pensei muito nisso.
- i wanna hold your hand - repeti.

(nick & norah's infinite playlist; cap13)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

what a beautiful state we're in

nossa, fazia muito tempo que eu não via uma manhã como a de hoje. é tão especial que é aquele tipo de coisa que, não acontecendo mais, tu guarda brilhante na memórias dos "dias bons". ver - ou viver - de novo manhãs como essas é a melhor prova de que existem dias que você pode ser feliz, pode sorrir sem peso nas costas.

será que em santa barbara todas as manhãs serão assim?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

desejo não realizado é um saco. cabeça rodando, cheia de pensamentos aleatórios também. me encontro nesse ápice de confusão. não sei como sair, se devo progredir ou retroceder. should i stay or should i go? é difícil até pensar em algo coerente para expressar aqui. é ridícula essa euforia, porque no fundo eu sei onde isso vai parar. na verdade não vai começar, é "fogo de palha". isso não vai ir longe. mas isso não torna as coisas mais fáceis. seria maravilhoso que alguém lesse minha mente agora, compreendesse tudo e dissesse "tudo bem" e me ajudasse. i'm scared of the future now.

terça-feira, 19 de maio de 2009

"as pessoas em volta de nós - não são muitas, e certamente não são muito sóbrias - nos olham, não consigo evitar de olhar um pouco em volta, e tenho uma ideia. digo a ela que tenho uma ideia, pego a mão dela da minha e fazemos essa coisa onde os dedos se entrelaçam, aqui é a igreja, aqui é o campanário, e eu a levo pela times square sob as luzes e letreiros animados, até que chegamos aos marquis. de repente ela está me olhando como que porra é essa?, afinal, que garota quer terminar em um marriot de turistas na times square? mas eu digo 'confie em mim', beijo novo, e há outras duas pessoas no elevador de vidro conosco, mas elas ficam no oitavo andar. pergunto a norah qual é o número da sorte dela e ela me diz, então vamos àquele andar. não tem ninguém nos corredores e o melhor de tudo, não tem nenhuma música de corredor tocando, e não vejo o que estou procurando, depois encontro norah, mas norah não consegue esperar e...."

(nick & norah's infinite playlist)

sábado, 16 de maio de 2009

se depender de mim

cada cédula, todo fio de cabelo. falando assim até parece exagero, mas no momento eu não tenho outras frases certas pra descrever algo que, na realidade, eu não sei definir. só sei dizer que é algo que eu não queria sentir. é um tanto quanto chata essa lamentação absoluta e eterna, mas eu não posso andar sempre sorrindo e pulando e ajudando os outros. eu não consigo ser alegre o tempo inteiro. principalmente quando já perdi um céu e muitos pedaços do coração. estamos vivos sem motivos. que motivos temos pra estar? eu tento descobrir pra viver.

domingo, 3 de maio de 2009

fox in the snow

acredito que jamais poderia ir pra londres para curar uma dor de amor. se fosse, garanto que acabaria louca ou morta. é muito inverno, muito gelo, muita frieza e muita falta de vida nos olhos. me perdoem, britânicos, mas jamais poderia conviver com seus dentes podres e seu sotaque irritante. acho melhor ir para a big apple.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

como um vaso que se quebrou em vários pedacinhos, eu nunca mais serei a mesma. mudei ontem e provavelmente mudarei amanhã. nem sempre pra melhor. os pedacinhos nos quais me espatifei me fizeram mudar de forma, de tamanho. são pedacinhos de mim que nunca mais irão se grudar e nunca mais irão formar uma kalany como antes. me sinto culpada, como se eu fosse a responsável por deixar a quebra acontecer. na verdade sou mesmo a culpada, mas no fundo uma espécie de vítima. junto com os meus pedacinhos, conceitos se espatifaram, mas sonhos também viraram pó. a boa coisa nisso tudo (existe coisa boa?) é que aprendi a cair, me desmontar, virar pó e renascer. renascer diferente, menorzinha e um pouco mais acabada, mas renascendo na esperança de luz, calor e amor. hoje não vejo mais a escuridão e o poço sem fundo que eu via uma vez, mas analiso cuidadosamente minhas cicatrizes. cicatriz já diz: marca de algo que passou, mas que continua marcando presença na superfície da pele. é com gosto de derrota, angústia e melancolia que eu olho para elas, mas o que se pode fazer daqui pra frente é esperar. esperar por "better days", assim como antes e igual a todo o mundo. não dá pra seguir em frente olhando apenas pra baixo, lambendo feridas. elas existem, mas se transformaram em cicatrizes que não precisamos mostrar. sabendo que elas estão curadas, e que um novo dia chegará é o bastante para dormir pelo menos por uma noite.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

não há como negar o peso de tudo em cima de mim. me sinto como um passarinho arrastando asas, cortadas, por ruas sujas e que só fazem denegrir sua imagem. minha cabeça anda afastada de dor mas não de confusão. o conflito é aqui dentro e eu não sei de que lado eu estou. praticamente um campo de batalha e eu no meio, procurando abraçar o adversário. mas quem realmente ele é? só que sei que nesse tiroteio, quem sai perdendo é meu coração.


you don't throw your life away going inside
you get to know who's watching you
and who besides you resides

you don't throw your time away sitting still
i'm in a chain of memories, it's my will
and i had to consult some figures of my past
and i know someone after me will go right back

"como se eu estivesse carregando cem toneladas de desilusões sob um céu de blues..."
people, they fall apart.

domingo, 22 de março de 2009

-

as coisas não tem paz


- nem eu.